Lesão de SLAP
O que é a Lesão de SLAP?
SLAP é um acrônimo em inglês para “Superior Labrum from Anterior to Posterior” que significa que existe uma lesão na região superior do labrum de anterior para posterior. Estas lesões são relativamente raras, aparecendo mais frequentemente em lançadores como no basebol ou rugby. Contudo, pode também ocorrer quando existe um “puxão” no braço.
Mecanismo de lesão e fatores de riscos
A lesão de SLAP ocorre porque na região superior do labrum se insere o tendão da longa porção do músculo bicípite braquial e, portanto, sempre que ocorre estiramento deste tendão, existe potencial para lesão do labrum e da sua inserção da região superior da glenóide.
As lesões podem formar-se de 2 maneiras distintas: uma lesão associada a movimentos repetidos em que existe “estiramento” deste tendão como nos lançadores e nadadores; ou uma lesão súbita como numa queda com o braço estendido ou num “puxão” longitudinal do membro superior que provoquem um “arrancamento” deste tendão na sua inserção no labrum glenoideu.
Sinais e sintomas da Lesão de SLAP
Dor na região anterior do ombro que irradia para o braço até ao cotovelo, principalmente quando se eleva acima dos 90°.
Diagnóstico Lesão de SLAP
Exame físico
Apesar de nenhum teste ser suficiente para fazer o diagnóstico, existem vários que nos ajudam a orientar a prática clínica:
- Teste Palm-up positivo
- Teste de O’Brien
- Yergason
Raio X
Não permite o diagnóstico, mas permite excluir outras causas de dor como fratura, artrose e lesão tumoral.
Ressonância Magnética ou Artro-ressonância
Exame de excelência para o diagnóstico das lesões de SLAP, sendo possível identificar a lesão.
Tratamento Lesão de SLAP
Decisão
Snyder descreveu 4 tipos de lesão, através da sua visualização por artroscopia.
- Lesão de SLAP tipo I: Frangeada (ausência de rotura ou desvio)
- Lesão de SLAP tipo II: desinserção do labrum. É a mais frequente (55%)
- Lesão de SLAP tipo III: rotura longitudinal intrasubstância (asa de cesto).
- Lesão de SLAP Tipo IV: rotura longitudinal com extensão à longa porção do bicípite braquial (asa de cesto com LPB)
Conservador
Quando realizar? Nas lesões de SLAP tipo I e maioria das lesões de SLAP tipo II.
Opções de tratamento?
Reabilitação fisiátrica com o objetivo de reforço muscular da coifa dos rotadores e dos estabilizadores da omoplata.
Cirúrgico
Quando realizar? Nas lesões de SLAP tipo III e IV e nas lesões de SLAP tipo II em indivíduos jovens, principalmente se não melhoraram com tratamento conservador.
Procedimento/técnica – Tenodese/Fixação da longa porção do bicípite subpeitoral assistida por artroscopia.
Pós-operatório
Doente pode ter alta no dia da cirurgia ou no dia seguinte.
- Uso de suspensor braquial por um período entre 2 a 4 semanas.
- Deve retirar pontos cirúrgicos às 2 semanas.
- Pode iniciar exercícios de mobilidade passiva no dia seguinte à cirurgia.
Quando procurar Especialista Ortopedista?
Dor no ombro que persiste apesar de tratamento com medicação analgésica.