Luxação Acromioclavicular

O que é a Luxação Acromioclavicular?

A articulação acromioclavicular é uma articulação com pouca mobilidade, entre a clavícula e o acrômio da omoplata, que juntamente com a articulação esternoclavicular liga o membro superior ao esqueleto axial.

A estabilidade desta articulação está dependente de fortes ligamentos que lhe conferem estabilidade/firmeza horizontal e vertical, sendo eles os ligamentos acromioclaviculares, coracoclaviculares e da fáscia trapézio-deltoideia.

Quando existe lesão destas estruturas, isto leva a uma luxação acromioclavicular, na qual a extremidade lateral da clavícula tende a deslocar-se superiormente e/ou posteriormente. Corresponde a 9% das lesões da cintura escapular e é mais comum em jovens do sexo masculino, estando associadas à prática de ciclismo, futebol e rugbi.

Mecanismo da lesão

Geralmente ocorre por queda sobre o ombro com o braço junto ao corpo.

Sinais e sintomas da Luxação Acromioclavicular

Dor e edema na região lateral da clavícula.

Diagnóstico Luxação Acromioclavicular

Exame físico

Visualização de deformidade com elevação da região lateral da clavícula e dor à palpação desta região.

Raio X

Permite constatar o desvio da clavícula, principalmente quando comparado com o lado contralateral.

Ressonância Magnética

Nem sempre necessário para o diagnóstico mas permite avaliar quais são os ligamentos lesados e outras lesões associadas.

Tratamento Luxação Acromioclavicular

Decisão

Depende sempre do grau de lesão, mas deve ser sempre individualizado para cada doente. Tem por base a classificação de Rockwood que divide estas lesões em 6 tipos conforme o desvio encontrado na radiografia.

  • Tipo I: sem rotura ligamentar, aspecto normal no RaioX
  • Tipo II: rotura dos ligamentos acromioclaviculares, distância coracoclavicular aumentada, mas menos de 25%, com discreto desvio superior da clavícula.
  • Tipo III: rotura dos ligamentos acromioclaviculares e coracoclaviculares. Distância coracoclavicular aumentada entre 25-100%. Clavícula com desvio superior.
  • Tipo IV: rotura dos ligamentos acromioclaviculares e coracoclaviculares e fáscia deltopeitoral. Desvio posterior. Incapacidade de redução da AC
  • Tipo V rotura dos ligamentos acromioclaviculares e coracoclaviculares e fáscia deltopeitoral . Distância coracoclavicular aumentada 100 a 300%.
  • Tipo VI: rotura dos ligamentos acromioclaviculares, mas preservação dos coracoclaviculares, uma vez que há um desvio inferior da clavícula. Incapacidade de redução sem ser cirurgicamente.

Conservador

Quando realizar? Nos tipos I, II e maioria dos tipos III

Opções de tratamento?

Uso de suspensor braquial entre 4 a 6 semanas. Prognóstico – A correta indicação para tratamento conservador está associada geralmente a bom prognóstico com diminuição progressiva da dor e recuperação gradual da mobilidade.
Em termos estéticos, poderá existir sempre uma pequena deformidade residual da articulação acromioclavicular.

Cirúrgico

  • Quando realizar? – Nos tipos IV, V e VI e alguns doentes com tipo III
  • Procedimento/técnica – Ligamentopexia/Fixação dos ligamentos coracoclaviculares e acromioclaviculares por técnica artroscópica.

Pós-operatório

  • O doente poderá ter alta no próprio dia ou no dia seguinte à cirurgia.
  • Deve usar suspensor braquial até retirar os pontos às 2 semanas após a cirurgia.
  • Pode iniciar movimentos passivos no dia seguinte à cirurgia.

Quando procurar Especialista Ortopedista?

Sempre que ocorrer uma luxação acromioclavicular.

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